terça-feira, 21 de outubro de 2008

O começo de tudo

Queridas amigas, queridas mães ...

Ontem a Quitéria chegou de uma festa, onde estavam vários amigos dela e filhos de amigos nossos... Lá na ASFINTER onde provavelmente muitos de vocês já ouviram os filhos dizerem que iam. Ontem, nesta festa, um menino foi baleado e está com morte cerebral, esperando que os aparelhos sejam desligados, assim que o pai chegar de viagem. Se estas informações sobre a saúde do menino são 100% corretas não sei, sei apenas que a Quitéria e tantos outros filhos estavam nesta mesma festa, ouviram tiro e tiveram de se defender (se deitaram no chão! sem saber o que estava acontecendo). Assustados, vieram pra casa e hoje cedo, incrédulos, souberam que nesta festa um amigo fora baleado. Este menino, o Igor, que muitos de nossos filhos conhecem, de 18 anos, ex aluno do Farroupilha, aluno de Direito da PUC, foi atingido por uma bala na nuca. Até agora, ninguém sabe como isto aconteceu ao certo, mas só sei que a situação foi por demais perigosa.

Meu intuito junto a vocês é que possamos nos ajudar e ajudar nossos filhos e os filhos de nossos amigos e a quem servir, a mudar esta situação.
Hoje, passei o dia com dor de cabeça, mal, culpando-me por ter autorizado minha filha a participar de festas como esta. Não foi a primeira, mas espero ter sido a última em que eu acreditei que havia segurança onde não há ! Me senti responsável por aceitar para meus filhos esta diversão tão em moda, em que propagam a "bebida de graça", onde um monte de jovens, comandados por organizadores também muito jovens, criam "a festa da Bombonera", a "Festa da Nortenha", onde nos omitimos por achar que "hoje em dia é este tipo de festa que vão". Com certeza, não sei bem de vocês, mas sei de mim e que topei.

Minha filha chegou em casa sã e salva... o Igor não.
Minha filha está triste todo o dia...eu também...imaginem os pais deste menino?
Muitas vezes, na madrugada, me acordo e mando torpedo aos meus filhos, pra saber se estão bem, se querem carona, como vão, como voltam. Mas pareço sempre preocupada demais aos olhos de minha filha adolescente, mas que hoje, triste e preocupada me disse: "pra lá nunca mais vou com certeza". Ambas decidimos isto, mas porque demoramos tanto?

Peço compreensão no meu desabafo e sei que o problema é bem mais amplo do que a festa de ontem. Mas quero muito que juntas pensemos em como nos ajudar a melhorar e mudar.

Pensei em criarmos uma página nossa na internet, um blog que seja, em que nos acompanhemos em relação as "festas de nossos filhos". Onde possamos trocar informações sobre as baladas, sobre o que rola, enfim, uma forma de nos orientarmos melhor e orientar melhor a nossos filhos. De forma a nos opormos aos oportunismos da vida que vêm muitas vezes pra se beneficiarem da ingenuidade do mundo adolescente onde "tudo pode e nada vai acontecer" e do nosso, que queremos muito que nossos filhos sejam felizes num mundo bom!!!!!

Minha filha é uma jovem responsável, cuidadosa...mas é adolescente. Os filhos de vocês também são. O mundo talvez não seja tão ruim e violento quanto hoje me parece. Mas quero ajudar a ficar melhor.

Assim, amigas, se alguém tiver uma sugestão, se alguém quiser se emparceirar nesta minha proposta, querendo ajuda. Nosso filhos merecem que mudemos o que não tá bom!

Beijos a todas e uma boa noite de sono. Se for possível!

Elisa

4 comentários:

  1. Minha filha era amiga do Igor. Estamos arrasados com esta tragédia. Acredito que uma das missões do Igor tenha sido nos alertar sobre a insegurança e o perigo a que nossos filhos estão expostos.realmente temos que fazer alguma coisa! Parabéns pela iniciativa.
    Adriana Barbosa

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  2. Sempre fui contra festas com bebida liberada, elas representam um incentivo ao consumo exagerado de álcool, tantas leis e ainda permitem que essas festas aconteçam!
    O interesse dos que promovem esse tipo de festa é ganhar dinheiro! Contratar muitos seguranças envolve gastos, eles querem é lucro!
    Levei meu filho em outras festas na Asfinter, inclusive nesta ÚLTIMA, percebi que tinha gente demais, e os cambistas continuavam gritando a venda de ingressos. Não importa a capacidade do local, eles querem ganhar dinheiro!
    Adeus mercenários! Desejo que tudo isso acabe! Que as autoridades dêem um basta nessa exploração, nessa ganância!
    Meu sentimento é de revolta!

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  3. Acho que se deveria procurar os vereadores eleitos para propor uma Lei municipal para ter um Alvará para liberação de festas desse tipo. É o único jeito que eu vejo. Com um órgão oficial que analise os dados da "festa" (local, capacidade máxima, segurança necessária, horário, restrições quanto a bebida, controle de entrada do pessoal, etc....) onde os pais e qquer pessoa interessada pudessem "conferir" tudo isso e exigir a fiscalização e o conhecimento da Brigada nos locais onde essas festas estiverem acontecendo.

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  4. Banalização das palavras e mudança de comportamento.
    Está na hora de nós falarmos as palavras com o seu verdadeiro sentido, com a banalização de muitas delas acabamos aceitando e nos subtendo as fragilidades.
    Falar em bala perdida é o mesmo que dizer em bala sem rumo, mas não é o que acontece de fato. A bala que matou um dos nossos adolescentes tinha rumo, tinha destino, porém sem nome próprio. Quem entrou na festa armado entrou para matar.
    Realmente é preciso dar um basta, chega e exigirmos o que é nosso direito, apenas SEGURANÇA.

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